Elis Galvão - 17/04/2008 10:01
Redação Online da SBD
O Ministério da Saúde informa que de 25 de abril a 8 de maio, mais uma vez, acontece a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, em todo país. Este ano, a meta do governo é ampliar o número de pessoas, com mais de 60 anos, vacinadas contra a gripe. Os estados, municípios e Distrito Federal irão vacinar 80% dos idosos. O número é 10% maior do que nos anos anteriores. Isto significa que pelo menos 14,5 milhões de idosos serão beneficiados.
Esta é a décima edição da campanha e o slogan deste ano é "Não deixe a gripe derrubar você. Vacine-se". Os objetivos da vacinação são reduzir os casos de gripe, as complicações decorrentes dela e os óbitos entre os idosos.
Para o Dr. Antonio Lerário, professor da Universidade de São Paulo (USP) e membro da diretoria da SBD, é indispensável que os idosos com diabetes se vacinem para prevenir futuras complicações.
"Se uma pessoa com diabetes pega gripe, o quadro glicêmico dela pode ser agravado. Os processos infecciosos também podem piorar com uma gripe", afirma. O médico acrescenta que não só as pessoas com diabetes devem tomar a vacina, mas todos os que têm mais de 60 anos.
Segundo o Ministério da Saúde, a campanha de vacinação do idoso segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de priorizar os idosos na vacinação. A gripe entre jovens não representa problema de saúde pública. Considera-se que o organismo do idoso é mais vulnerável, por isso, eles podem sofrer complicações, como a pneumonia ou a desestabilização de um quadro de doença cardíaca ou renal.
As pessoas devem procurar os postos de saúde para tomarem a vacina. Além deles, o Serviço Social do Comércio (Sesc) colocará à disposição da população postos em quase 300 unidades, nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. O Sesc participa da campanha desde 2003 e é responsável pelo funcionamento de 500 grupos, que contam com a participação de 150 mil idosos.
Prevenção
De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, a vacinação de pessoas com 60 anos ou mais é a principal estratégia para reduzir a ocorrência de doenças respiratórias, suas complicações e os óbitos.
Além da vacina contra o Influenza, será enviado pelo PNI, aos estados e municípios, vacinas contra difteria e tétano, pneumococo e febre amarela, para reforçar a ação. Foram adquiridas 18 milhões de doses de vacina contra a gripe; 4 milhões de doses da Dupla Adulto, que protege contra difteria e tétano; 250 mil doses contra pneumonia por pneumococo; e 1 milhão de doses contra a febre amarela. O PNI informou, ainda, que o Brasil é um dos poucos países que oferece gratuitamente a vacina para pessoas com 60 anos ou mais.
A Vacina
A vacina contra a gripe é produzida com base nas três cepas (subtipo de vírus) de maior circulação no Hemisfério Sul. Essa combinação eleva a sua capacidade de proteção. Ela leva duas semanas para produzir efeito e deve ser tomada todos os anos. Os vírus presentes na vacina estão mortos e não podem se reproduzir e provocar a doença. Portanto, a vacina não causa gripe.
A restrição para tomar a vacina é apenas para as pessoas que têm um quadro raríssimo de alergia comprovada à proteína do ovo, visto que a dose é produzida em embriões de galinha.
A Gripe
É considerada uma das doenças infecciosas que mais preocupam as autoridades sanitárias no Brasil e no mundo. No último século, ocorreram três pandemias (epidemia em escala mundial) responsáveis por mais de 50 milhões de mortes, problemas sociais e perdas econômicas: a Gripe Espanhola (1918), a Gripe Asiática (1957) e a Gripe de Hong Kong (1968). Especialistas acreditam que uma nova pandemia poderá acontecer nos próximos anos, provocando milhões de casos da doença. A característica mutável do vírus influenza, causador da gripe, é o que reforça esta hipótese.
Os principais sintomas da gripe são: febre, calafrios e mal-estar generalizado, freqüentes nos primeiros dias. A rinite e a faringite também podem ocorrer. Quando os sintomas iniciais diminuem, aparecem problemas respiratórios, como dor de garganta, tosse seca, coriza e congestão nasal.