22/02/2009

A Índia é aqui


DALITIS
A Índia, em pleno século XXI, talvez seja o país, onde as contradições sejam mais difíceis de serem aceitas por nós ocidentais. Na Índia, ainda vigora o sistema das castas, em que seres humanos podem ser considerados “impuros”, e por isso não fazem parte da sociedade em que vivem. Os “impuros” são normalmente expulsos de suas aldeias, para que não venham a contaminar as outras castas. Não podem nem mesmo utilizar os potes de água ou entrar nos templos.Nas escolas, em certas cidades, não podem entrar nas salas de aula, devendo se manter do lado de fora. E naquelas em que lhes é permitido entrar, devem ocupar os últimos lugares. A palavra indiana Daliti significa “quebrado/ pisado/ oprimido”.Na Índia há quase 30 milhões de Dalitis, que não fazem parte, nem mesmo, do sistema hierarquizado das castas. Inexistem! Embora o princípio da intocabilidade tenha sido abolido na Constituição indiana, ele continua vivo na cultura do país.Em Bombaim, cidade conhecida mundialmente pela sujeira, a grande maioria deles está instalada em numerosas favelas, buscando refúgio nas ruelas e calçadas atulhadas de lixo e cães vadios, ou pedindo esmola aos turistas, no centro da cidade.Os Dalitis são vítimas de uma opressão múltipla.No tocante à religião, não possuem acesso aos templos. E só se dão conta do fosso em que vivem, quando se convertem ao islamismo ou cristianismo, pois o hinduísmo legitima o sistema de castas (praticado por mais de 80% da população), a ponto de os Dalitis acharem, que é correto viver dessa maneira. E que assim deve ser, sem questionamento ou reclamação.No plano político, embora correspondam a 15% da população indiana, não são ouvidos pelos dirigentes do país. Não possuem voz. Não são levados em conta.No plano econômico, mesmo que os governos tentem garantir-lhes o direito de posse de terras cultiváveis, os proprietários rurais das aldeias usam de todo tipo de violência para expulsá-los.O clamor dos excluídos e dos oprimidos indianos, é sufocado pelo poder tecnológico,econômico, político ou religioso que impera no país. Parte da Índia está se tornando um mundo rico em dinheiro, mas continua com sua pobreza mental no tocante ao respeito pelos direitos de todos os seres humanos.Os Dalitis na Índia (e Nepal) são excluídos de todo o bem comum e suas mulheres são violentadas e obrigadas a se prostituírem. São consideradas piores de que um cão, que vive na rua.Entre os Dalitis, 66% são analfabetos e a mortalidade infantil chega a 10%.Vejamos se a escritora Glória Peres terá peito para tocar fundo no coração indiano, falando a respeito dessa gente, como faz a escritora indiana Thrity Umrigar no seu livro “A Distância entre Nós”.Ou se limitará a mostrar a Bharathanatyama, a mais popular dança da Índia, com seus lindos e suaves movimentos e poses. Assim como a sua música, resultante da fusão musical dos diversos grupos étnicos e linguísticos do país, cujas letras seguem um caráter emotivo e descritivo. Ou ainda sobre a riqueza das castas superiores.O mais interessante é ver como o nosso país vai incorporando a moda indiana no seu vestuário, com peças bordadas e coloridas, batas, saris, tecidos tingidos. Moda importada da Índia e adaptada para uso no Brasil.
Fonte: www.almacarioca.com
Imagem : Net


Número de moradores de rua supera o de vagas em abrigos no Rio, diz pesquisa Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil - RJ



O número de pessoas que vivem nas ruas da cidade do Rio de Janeiro é superior às vagas a elas destinadas nas unidades de proteção especial da prefeitura. Conforme pesquisa divulgada hoje (10) pela Secretaria Municipal de Assistência Social, desde 1º de janeiro, foram ouvidas 2.282 pessoas nessa situação, número que é superior às 2.254 vagas existentes nos abrigos do município.

Pelo último levantamento oficial, feito no ano passado, havia 1.900 pessoas morando nas ruas do município. O secretário de Assistência Social, Fernando William, informou que já estão sendo providenciados convênios com hotéis para, assim, ampliar o número de leitos - hoje 388 - para essa população no curto prazo.

William disse que um dos principais desafios de sua gestão é melhorar as condições físicas dos 61 abrigos da secretaria, para facilitar o processo de reintegração da população de rua na sociedade. Outra prioridade é integrar as políticas sociais e ampliar o diálogo com as demais secretarias da prefeitura.

Ele deu como exemplo o convênio assinado anteontem (8) com a Secretaria do Trabalho, propondo que os recursos previstos no documento sejam usados agora para melhoria da qualidade do sistema de abrigamento, da assistência à população de rua.

Segundo William, deve ser baixado ainda nesta semana decreto determinando que as empresas terceirizadas contratadas pela administração municipal reservem 10% de suas vagas para pessoas que vivem em abrigos ou em estejam em situação de vulnerabilidade.

De acordo com a pesquisa, mais da metade dos moradores de rua é composta por homens entre 16 e 49 anos. Cerca de 40% são de outros municípios e vêm catar lixo e materiais recicláveis como fonte de renda. O secretário comentou casos curiosos, como o de um analista de sistemas que, depois de perder a mulher, entrou em depressão profunda e foi morar na rua. Também foi viver nas ruas um professor de inglês, soropositivo, que a família expulsou de casa.

Fernando William alertou para o aumento "alarmante" nessa população de viciados em crack e de famílias expulsas de casa por traficantes ou milícias. Para solucionar esse problema, o secretário defendeu parcerias com outras secretarias como as de Saúde, Habitação e Segurança.

Para ele, a participação da sociedade civil e da iniciativa privada também importante para diminuir o número de pessoas vivendo nas ruas. "Além de doações, é possível investir também em projetos sociais pelo Fundo da Infância e da Adolescência", explicou William. Segundo ele, a secretaria estuda convênios com empresas que adotariam abrigos e, em troca, receberiam um selo de responsabilidade social e outros benefícios.

William ressaltou que tão importante quanto o trabalho de reintegração é a ação preventiva, para que as famílias em situação de risco não acabem nas ruas. "Nesse sentido, é importante uma rede integrada, pois o assistente social pode identificar um problema na família relacionado à saúde ou ao desemprego, à educação, e aí então é que entra a parceria com as outras secretarias."

Ele também citou o exemplo do programa Bolsa Família que, em um mês, foi estendido a mais 21 mil famílias na cidade do Rio de Janeiro. Atualmente, cerca 158 mil famílias são atendidas pelo Bolsa Família no município.
do UOL Notícias